MARKETING E PESQUISA DE MERCADO

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A Historia da Pesquisa de Mercado

INTRODUÇÃO

Pesquisa de mercado - do inicio ao fim

Outro dia escrevi um artigo que, embora muito superficialmente, nos levava a pensar os vários "pedacinhos" do marketing. Não nos restringindo a pensá-lo como um substantivo ou adjetivo ligado a uma única coisa ou ação.

Não sei se consegui ser claro. É muito difícil você falar de um assunto quando seu público é tão variado - desde aqueles que são especialistas no assunto - até àqueles que esperam ouvir os primórdios da coisa.

Nessas situações você sempre perde: ou peca pela primariedade da exposição ou se perde pelos intermináveis caminhos da técnica.

Assim, peço desculpas aos companheiros cansados de ouvir a mesma historinha e, mais ainda, àqueles que procuram pela essência inicial da idéia - e que, para estes, falto com a objetividade ou clareza.

Mas, esperando a complacência de todos, vamos falar de Pesquisa de Mercado.

O assunto é muito extenso, não pretendemos em um só curto artigo sintetizá-lo para aqueles que procuram os preâmbulos e, ao mesmo tempo, não passar vergonha com os companheiros de profissão que esperam ouvir algo diferente do que sempre foi dito.

Por isso, vamos falar da História da Pesquisa de Mercado e sua aplicação prática em 5 publicações / postagens.

Porém, para melhor entendimento, vamos saber o que virá em cada um dos artigos:


Parte I - Introdução - A História da Pesquisa de Mercado


Como introdução, valerá a pena ver como a Pesquisa de Mercado foi "inventada", como nasceu, como se desenvolveu e como sobrevive nos dias atuais.
  • Os Primórdios
  • Os "Bandeirantes" da Pesquisa de Mercado
  • Seu Desenvolvimento até os Tempos Modernos

Parte II - Primeiro as Primeiras Coisas


Muito importante é o início. Pode parecer óbvio, mas a maioria se perde no início. Não sabendo o que se quer, não saberemos que resposta obter ou onde chegar. Se não temos um bom início, com certeza não teremos um bom final!

Acreditem, vou falar uma coisa por larga experiência com empresas de todos os portes - não importando se pequena, média ou grande - os mini-hemisférios sempre predominam.

Você sempre vai se ver às voltas com as grandes áreas de gerenciamento da empresa. O homem de marketing que tiver a pretensão de que o "marketing" pode fazer ou sonhar em fazer coisas sem o "entrosamento" com outras áreas da empresa está fadado ao fracasso.

A produção - área industrial, a administração geral com seus vários enfoques, a área financeira e a mais melindrosa de todas, a diretoria - em suma: o dono - o "boss".

Muitas vezes ficamos presos às questões políticas com a administração central.

Ficamos, também, acorrentados às verbas - orçamentos e realidade de caixa para investimento.

Não ficamos totalmente livres para nos mover perante a visão produtiva (production oriented) - matéria-prima pra diversificação, plant-layout da fábrica... Etc.

Sem falar na estrutura de vendas que, em muitas empresas, se confunde com o próprio marketing - vivendo como irmãos xifópagos.

Portanto, de extrema importância, antes de mais nada, é o Planejamento. Ele deve ter uma contemplação abrangente dos vários interesses da empresa e seus produtos. Da sua missão no mercado. Da sua trajetória. Dos seus grandes objetivos de desenvolvimento. Do seu core business - sem deixar de procurar por novas alternativas. Das necessidades de se adaptar às novas realidades. E, também, da sua auto-sustentação no mercado.

E o principal para o bom planejamento: traçar uma excelente fotogrametria do cenário como um todo.
  • O que vem a ser a Pesquisa de Mercado

  • Aspectos Estratégicos da Pesquisa
  • Quando se pensa nela - quando se precisa
  • Como ordenar as idéias e necessidades
  • Como elaborar um plano inicial
  • Por onde começar
  • A filtragem da necessidade
  • O que preciso?
  • O que quero saber?
  • Como colocar de maneira clara as minhas dúvidas?
  • Como obter de maneira objetiva essas respostas?
  • O planejamento da Pesquisa
  • As idéias iniciais
  • O brainstorming - revendo o óbvio
  • Benchmarking - referencial
  • A corroboração ou modificação dos objetivos
  • Os parceiros
  • As vantagens e desvantagens da pesquisa
  • Dados primários e secundários
  • A análise tridimensional
  • O que eu quero / o que eu penso?
  • O que todos desejam que seja feito?
  • O que realmente tem que se feito?
  • O escopo da pesquisa

Parte III - As Várias Técnicas e Tipos de Pesquisa


Como costumo dizer: não existe uma "receitinha de bolo" padrão universal que sirva pra tudo.

Após o Planejamento, devemos escolher a maneira mais objetiva para realizar a Pesquisa de Mercado.

Entre as mais variadas técnicas, sempre existe aquela que melhores resultados pode trazer, simplificando sua efetivação.

Vários fatores se apresentam como determinantes para a escolha: tempo, disponibilidade de caixa, acesso às fontes de informações e aos respondentes da pesquisa, limitações logísticas ou táticas.
  • Amostra
  • Pesquisa Quantitativa
  • Pesquisa Qualitativa
  • Metodologias
  • Abrangências especiais
  • Questionários e Roteiros


Parte IV - Aspectos Logísticos e Táticos da Pesquisa



Como na guerra não devemos esquecer os aspectos logísticos e táticos.

Devemos saber de antemão o que usaremos e como nos moveremos para realizar a pesquisa.
  • Equipe - Parceiros na Pesquisa de Mercado
  • Campo - sua realização e controle
  • Tabulação


Parte V - Aplicações Práticas dos Resultados

Uma vez terminada a Pesquisa, se inicia a prática.

Sem sabermos analisar e aplicar seus resultados, ela só valerá para gastar dinheiro e tempo.
  • Análise
  • Apresentação dos Dados e Informações
  • Relatório da Pesquisa de Mercado
  • Implementação
  • Controle Contínuo
Convidamos você a acompanhar todos os artigos. E a opinar sobre eles. Muitas vezes, pelos comentários e opiniões recebidas, melhores idéias aparecem!

A primeira parte será postada nestes dias.

Até lá.

ENDOMARKETING - "Lista Suja"

"Lista suja" do Ministério do Trabalho tem 189 empregadores

Lembram-se quando falamos no ENDOMARKETING? Da importância de respeitarmos os funcionários - nosso público interno, transformando-os em verdadeiros parceiros para o sucesso? Pois é...

A nóticia publicada estes dias sobre a "lista suja" do Min. do Trabalho mostra uma verdadeira vergonha! O que podemos chamar de: o melhor ANTIMARKETING para a empresa. Sem necessitar de outros comentários - pois a notícia, de per si, diz tudo.

Percebam, obviamente, que a maioria são empresas ou propriedades rurais - onde se concentra a maioria da exploração - e a mais covarde - pois envolve um povo simples e de pouca cultura.

Como consumidores, deveriamos ter esses nomes na nossa própria lista negra e jamais comprar ou consumir produtos dos envolvidos não importando em que fase da produção eles estejam envolvidos ou se fornecedores de matéria-prima.

Outro artigo enfocando o ENDOMARKETING já está sendo escrito e, em breve, o publicaremos.

- "A "lista suja" que contém empresas e pessoas físicas acusadas de submeter trabalhadores a condições degradantes, inclui 189 empregadores - mostrando onde ainda se pratica trabalho escravo no País.

Treze nomes foram adicionados à lista anterior, que tinha 192 registros. Sete empregadores foram retirados da relação, por terem cumprido as exigências do Ministério do Trabalho e nove por terem conseguido liminares na Justiça.

O nome do infrator só entra para a lista depois de concluído processo administrativo instaurado após fiscalização.

Os empregadores listados ficam impedidos de obter empréstimos em bancos oficiais do governo e de ter acesso a recursos de fundos públicos.

De 1995 até hoje, mais de 26 mil trabalhadores foram resgatados da escravidão pelos grupos móveis de fiscalização do governo federal."

A lista pode ser consultada em:

http://www.mte.gov.br/trab_escravo/lista_20071212.pdf

A Sopa da Vovó - Amostragem

Amostragem

Recebi um e-mail esses dias do Julio que é microempresário e tem algumas dúvidas sobre uma pesquisa de mercado que pretende realizar. Alguns fatos no artigo anterior deixaram nosso amigo com "a pulga atrás da orelha"! rsss

Agradeço a ele os comentários e respondi com algumas observações e conselhos. Tentarei aqui resumir....

Vou me aventurar a não ser muito técnico, mas não poderia totalmente deixar de citar a estatística.

Vamos por partes.

Qualquer pesquisa necessita ser aplicada a um determinado número de pessoas para que se possa responder com exatidão a uma pergunta para a qual não tenhamos resposta ou, pior, tenhamos várias dúvidas.

Para isso, as pessoas que responderão a esta pesquisa precisam, obviamente, representar a totalidade do universo. Usamos várias técnicas de amostragem para isso.

Amostragem - é, pois, uma representação em miniatura do todo (universo).

Vale o clássico exemplo da sopa da vovó - que delícia e que saudades! rssss

Para saber se a sopa está bem temperada e ou se falta sal, a vovó tira uma colherada e prova. Se ela tivesse que tomar a sopa toda pra chegar a conclusão - se está ou não bem temperada - com certeza, o gostinho daquela sopa quentinha nunca estaria nas nossas memórias! rsss

A colherada que ela provou - e pelo fato da sopa estar bem misturada no caldeirão - é um "retrato" exato de um todo. Se tiver salgada na colher - com certeza o caldeirão todo também estará. E, claro, vice-versa. Assim, ela poderá corrigir o sabor.

Vamos supor que eu esteja fabricando uma sopa industrial - daquelas que vêm em saquinhos.

Minha dúvida é saber se meu técnico e/ou nutricionista equilibrou bem a quantidade de sal - isso é muito importante para que as vendas desta minha sopa tenham sucesso no mercado, agradando a maioria dos paladares. Sim, é dífícil, por que unanimidade quase não existe em se tratando de marketing. Sempre tem gente que procura algo mais, uma "coisinha" diferente.

Se eu fizer uma pesquisa para que possa obter respostas e orientação, vou ter que - primeiro - entrevistar quem compra e toma sopa. Se os entrevistados não se enquadrarem nesta premissa, minha amostra não vai ser representativa do universo de "tomadores de sopa".

Pra complicar, as pessoas que tomam sopa têm os mais diferenciados perfis: mulheres, homens, crianças, mais novos, mais velhos, de maior poder aquisitivo, mais humildes, querem uma comidinha rápida, fazem regime..... Etc. e tal. Mas, não vamos complicar, teremos em outras postagens oportunidade de voltar sempre ao assunto....

Vamos supor que apliquei 1.000 questionários e fiz essas pessoas provarem a sopa. Perguntei: "Como está o sabor ou o tempero de sal?" Qual a pior coisa que pode acontecer????

500 responderem está "sem sal". E, os outros 500 responderem está "salgado"! Porquê???

Você diminuiria a quantidade de sal na sua sopa ou aumentaria? Se aumentar vai desagradar mais ainda aqueles 50% que acharam salgada. Se diminuir vai se afastar mais ainda daqueles que a acharam sem sal... De qualquer maneira você perderá 50% do seu potencial total de vendas.

Se o resultado tivesse sido bem diferente - vamos supor somente 10% acharam "sem sal" e 90% dissessem "salgada" - seria mais confortável pra você diminuir a quantidade de sal na sopa. O pior que poderia acontecer, neste caso, seria perder somente 10% dos potenciais compradores.

Para simplificar o que com mais detalhes expliquei por e-mail ao Júlio: vamos supor que o erro desejado por você em % seja 2% (coeficiente de confiança de 95,5% - 2 sigma)

- gente sinceras desculpas - mas, se eu entrar em detalhes pra explicar tudo aqui vou ter de usar 20 páginas!! - (vários sites da Internet podem ser pesquisados para saber um pouquinho mais sobre isso) - assim que tiver um tempinho voltarei a abordar a Curva Normal e outras coisitas.... Desde que haja paciência: minha e de vocês! rsss

resumindo: os resultados podem ser 2: "sem sal" ou "salgada".

Se o resultado para "salgada" fosse 90% - com a margem de erro de 2% - e tendo aplicado 1.000 questionários, estou na minha margem de erro de 2%.

Se o resultado para "salgada" fosse somente 1% - mesmo que minha amostra tivesse sido de apenas 100 questionários / respondentes ainda estaria na minha margem de erro desejada - ou seja, teria investido menos dinheiro na pesquisa e o tempo de execução teria sido substancialmente mais curto.

Continuando com esse exemplo: se eu tivesse aplicado, por economia ou restrição de tempo somente 100 questionários e tivesse obtido: 50% "salgada" e 50% "sem sal"????

Eu estaria com uma margem de erro bem distante da desejada: 10%! Ou me conformo e assumo alguns riscos - o que não faz sentido - ou parto pra uma nova pesquisa - levando em consideração estes resultados - e objetivando um erro menor ou eliminar vieses.

Muito bem. Quer dizer, muito bem, não! Sei que isso pode parecer aramaico pra alguns! rsss

Lembro que quando me iniciei - há muitos anos!! rsss - por esses meandros, meu cérebro quase derreteu - virando a própria sopa! rsss

Levando em conta, porém, alguns aspectos particulares das necessidades do Júlio - que aqui não posso abrir por se tratar de um detalhe específico do negócio dele - e agradeço a confiança! - dei a ele um conselho.

Em se tratando de um produto de consumo industrial - esqueça as estatísticas acima abordadas e opte por uma amostra intencional. Sim, isso mesmo.

Como ele está de uma certa maneira segmentado - voltado para uma determinada faixa de consumo - faça o seguinte:

Elabore uma lista com os principais consumidores do seu produto. Mesmo sem muitos dados nas mãos, faça um ranking - deixando aqueles que sabidamente são os principais compradores em primeiro lugar.

Leve em conta o dead-line - ou seja, para quando você precisa dos resultados - e entreviste em profundidade os principais consumidores.

Exemplo: se eu estivesse falando de "tinta automotiva" e conseguisse entrevistar qualitativamente a VW, Fiat e GM - com 3 entrevistas eu mataria qualquer charada!!!! Percebeu?....

Muitas vezes se encontram técnicas disponíveis que se enquadram melhor no objetivo - dependendo de uma análise do cenário como um todo. Infelizmente, poderia citar muitos exemplos, mas não temos mais espaço aqui. E mesmo porque não existe uma "receitinha de bolo" ou de "sopa" que valha para todos os casos.

A experiência do Consultor de Marketing / Pesquisador é fundamental para esse aconselhamento.

Somente aquele que vivenciou vários casos e exemplos através dos anos - tendo, conseqüentemente, vivido boas e más experiências se debatendo com o inusitado ou o inesperado - pode ter uma "terceira" visão. Por isso aconselho: se não puder ou não querer consultar um especialista da área, mesmo que for com um amigo de confiança: troque idéias e impressões.

Nada pior do que o "feeling" próprio ou achar que se está fazendo a coisa certa - levando em conta somente sua experiência ou visão do negócio.

Acredite: já vi casos em que o porteiro da empresa teve a melhor resposta pra resolver uma questão. Enquanto toda a diretoria se debatia com teorias....

E, ademais, o óbvio pode estar bem debaixo do nariz! Não enxergamos porque somente procuramos muito longe.

É isso.

Grande abraço a todos. Muito sucesso ao Júlio. E Feliz Natal!!

Hô, hô, Hô.... rsss

PESQUISA DE MERCADO E ÉTICA

PESQUISA DE MERCADO E ÉTICA - AMOSTRAGEM

ÉTICA - muito discutida - não somente aplicada na Pesquisa de Mercado e Marketing, mas em todos os assuntos do nosso dia-a-dia. Quanto a isso não temos dúvida. Onde ela é mais importante? Em tudo.

Todos "sentimos" a importância da credibilidade - seja da imagem empresarial, do conteúdo das mensagens publicitárias, da maneira honesta de se atuar no mercado, e, principalmente, da nossa própria.

Para não complicar a coisa, lembro que um mestre professava: se você precisa de explicações para entender a ética, você não a tem. Ou pelo menos não a percebe. Por que ética é uma questão de juízo (creio no sentido de razão).

O perigo está na parte: você não a percebe! Ou seja, você é ético, mas inocentemente se deixa levar por coisas que, ou por sua percepção ou sua inocência, não chegam a você. Isto é o mais perigoso - estrategicamente falando.

Dai a importância do BENCHMARKING - que voltaremos a falar nas seguintes postagens. No fundo quer dizer: TENHA UM REFERENCIAL!

Mas. vamos deixar as divagações de lado e citar exemplos práticos.

Uma das aulas que mais me recordo dos tempos de acadêmico, não incutiu muitos malabares da estatísticas.... Mas, me despertou pra perceber as coisas que não são percebidas. Isso é muito importante. E muito difícil...

O professor, naquele dia, dividiu a classe em duas turmas - ele adorava isso - e fazia com um sorriso nos lábios quase beirando o desvario! - ('fessor - se ler isso - releve por favor!!! rsss)

Em tom sempre muito solene e sério distribuiu o trabalho para os da direita e para os da esquerda (sem conotações políticas! rssss).

Disse com voz gutural: "não quero que vocês manipulem a verdade ou a mentira sobre estatísticas. Quero um veredicto sobranceiro sobre todas as coisas."

Todos rimos quando do fundo da sala o Paulão grunhiu: "vichiiii.... do jeito que ele falou a prova vai ser...." - por respeito a vocês não complemento a frase dele! rsss

Naquele tom formal que lhe era peculiar - sempre usava um paletó xadrez muito clássico, gravata fina que não combinava "naquela moda", começou a explicar a prova. Seu jeito antigo, porém, trazia a certeza de quem havia vivido muito e, conseqüentemente, sabia muito.

Expôs o problema:

Para cada turma temos a mesma coisa. Uma amostragem aplicada a quinhentos respondentes com uma simples pergunta dicotômica (duas respostas): "você é a favor ou contra o aborto?".

Entregava, então, às duas turmas (da esquerda e da direita) alguns papéis e tabelas - na realidade a tabulação de dados e o relatório final. Fazia acompanhar todos os questionários respondidos para que se verificasse o acurado no relatório.

Pedia: "quero que vocês ratifiquem ou não os resultados que estão expostos no relatório. Se não - explicitem as razões de maneira clara e objetiva."

Não preciso descrever o silêncio que se fez na sala... Até o Paulão gelou!...Nem brincou - como era de costume.

As duas turmas começaram a trabalhar com toda aquela parafernália pesquisofóbica!!!

No final, perceberam que a coisa era muito simples. Os resultados estavam de acordo com o exposto.

Foi então, chamada a turma da ESQUERDA....

Discutiram alguns aspectos interessantes - mas que aqui não vem ao caso... Disseram que corroboram o relatório que apontava 99% CONTRA o aborto. A tabulação tinha sido feito de acordo com as normas apontadas; foram todos os questionários checados, os dados reexaminados, etc....

Ai veio a turma da DIREITA:

Discutiram alguns aspectos interessantes - mas também não ao caso... Disseram que corroboram o relatório que apontava 99% A FAVOR do aborto. A tabulação tinha sido feito de acordo com as normas apontadas; foram todos os questionários checados, os dados reexaminados, etc....

O Professor deu seus parabéns às duas turmas. Sorrio. Elogiou o esforço de todos.

Mas, perguntou: vocês podem me explicar a contradição???? Se as pesquisas estão acuradas, certas, precisas, como pode 99% estarem contra o aborto na turma da ESQUERDA e 99% estarem a favor na turma da DIREITA????

A coisa era tão evidente.... Como ninguém "se tocou"?? Vocês já ouviram um silêncio sepulcral? Pois é... Dava dó! Gente olhando pra cara de outra gente pedindo um socorro... Uma resposta....

Eu só não gostava daquele sorriso no 'fessor! Naquela altura era mais do que conseguíamos ver nos desenhos animados! Era terrível.

Então ele explicou:

Vocês estão de parabéns pelo exposto individual. As duas turmas fizeram um bom trabalho. Analisaram todo material e comprovaram a veracidade de informações. As duas estão certas.

Mas, na verdade o que eu fiz:

Foram aplicados 1.000 questionários. O assunto do aborto é muito controverso. 50% são a favor e 50% são contra.

Eu simplesmente separei os 50% que são a favor (500 questionários) e dei a turma da direita - os 50% que são contra (quinhentos questionários) dei a turma da esquerda.Só troquei alguns questionários daqui pra lá pra não dar 100% em nenhuma das amostras.

Quero lembrar - disse ele - que isso é somente uma aula - e vamos discutí-la futuramente quando falarmos de ética e responsabilidade do homem de marketing. Principalmente, como o mercadólogo (ele era pomposo - leia-se: diretor ou gerente de marketing, assistente de marketing, pesquisador, etc..) deve interpretar os resultados de uma pesquisa.

Se ele não tiver uma referência - benchmarking - ele está fadado a acreditar em besteiras verdadeiras e incredibile dictu (ele adorava, também, expressões latinas)!!!!

Ufa... desculpem, mas foi difícil resumir essa....

O Marketing é feito de pedacinhos!

Obrigado, Angelo.

Você traduziu muito bem e de maneira simples a complexidade do marketing.

Valeu pela sua citação "o marketing é feito de pedacinhos"! (veja em comentários na parte III de "O Marketing não veio de marte")

É isso mesmo. Todo empresário tem que prestar muita atenção em todos os "pedacinhos" - quando falta algum é porque tem alguma coisa errada.

Voltaremos ao assunto em breve.


Forte abraço.